Michael Jackson morreu. Mesmo após escrever essa frase, custo a crer que é verdade. O fato tomou o mundo de assalto, como não poderia deixar de ser. Afinal tudo relacionado a Michael Jackson era "mega". Pobre Farrah Fawcett, ficou relegada a coadjuvante no dia de sua própria morte.
Minha lembrança mais remota de MJ vem da infância, quando ainda garoto, chegava da escola e sintonizava o desenho dos Jackson 5 e eu na minha ingenuidade de criança tentava entender como aqueles garotos de cabelo Black Power se transformavam em desenho animado.
O tempo passou, MJ iniciou carreira solo e na minha pré-adolescência dominou o mundo com o disco Off the Wall, cujo hit "Don't stop till get enough" se tornou onipresente em qualquer bailinho de aniversário. Mas foi em 82 que a revolução aconteceu, com o lançamento de Thriller nada mais seria como antes. MJ deixava de ser um Pop Star, para se tornar um mito: Billie Jean, Beat it, Thriller, o que era aquilo? Lembro como se fosse hoje o lançamento do clipe de Thriller no Fantástico. O clipe era um curta-metragem e quando acabou, todos nós incrédulos concordavamos que nunca, ninguem havia feito algo como aquilo. O que vem depois é história. Com o passar dos anos cada lançamento de CD tinha um clipe-evento e tudo se tornou previsível, a própria Madonna se apropriou dessa estratégia e diga-se de passagem com muito mais competência. Mas quem viu o lançamento de Thriller sabe que fez parte de um momento histórico.
Infelizmente a imagem de astro decadente arranhou muito do brilho conquistado nos anos 80. O Rei do Pop não era mais o mesmo, mergulhou num turbilhão de escândalos e nos últimos anos era mais famoso por suas esquisitices do que por sua música e suas performances inesquecíveis.
O corpo de MJ parou de funcionar no dia 25 de junho de 2009, mas ele já havia morrido há muito mais tempo, pelo menos há uns 10 anos, quando as primeiras acusações de pedofilia atropelaram as vendas de seus discos e arranharam permanentemente sua imagem. O grande artista do século XX não resistiu às mudanças na regra do jogo. Hoje tudo é muito rápido e o anônimo de hoje, é a celebridade de amanhã, que volta ao anonimato depois de amanhã. A Susan Boyle e os BBB's que o digam. Os ídolos pop têm carreiras meteóricas que são destruidas com a mesma velocidade que são construidas. Lindsay Lohan, Britney Spears e Amy Winehouse são exemplos disso.
Durante muito tempo MJ foi a locomotiva do pop e mostrou o caminho a ser seguido, infelizmente o tempo passou, a fila andou e o papel de vagão não lhe coube. Acabou descarrilhando. RIP Mike.
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