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Mostrando postagens de março, 2008

Eu e o síndico

Tim Maia foi um grande artista, não o conheci pessoalmente, mas sempre fui fã do cara. Em 1993 eu trabalhava na gráfica de George Poladian, irmão do empresário de shows Manoel Poladian. Nessa época Jorge Benjor, outro dos meus ídolos, desde sempre, era agenciado pelo Poladian. W/Brasil estava bombando nas FM's e a carreira do velho Jorge idem. Surgiu então a idéia de um show dos dois peso-pesados no Ginásio do Ibirapuera. Fiquei super-empolgado, porque naquela época todos os materiais impressos dos shows do Poladian eram produzidos na gráfica do irmão. E no fim das contas os ingressos, credenciais, cartazes eram criados pelo próprio pessoal do bureau da gráfica. Pra mim era um privilégio poder homenagear meus dois ídolos e, quem sabe descolar uma visita ao backstage... Só que a produção desses materiais era meio na raça, nada de banco de imagens, essas coisas. A gente se virava com o que tinha, muitas vezes com materiais de revista mesmo. Quando foi necessário criar as credenciais

Cem por cento mau

Quem conhece o Mestre Pequeno sabe que a sua fama o precede, apenas as pessoas mais próximas, como alunos e amigos sabem que a fama tem um certo exagero. Quando estava de férias, fui fazer uma corrida em um parque da Vila Maria com Mestre Pequeno e Mestre JC. Lá pelas tantas apareceu um neguinho, capoeirista diletante, puxando assunto com a gente. Contando estórias do arco da velha sobre o mestre e querendo confirmação. Na volta demos muitas risadas com o ocorrido. Eu e o Zé (JC) combinamos de escrever um livro — Lendas e mitos sobre o Mestre Pequeno. Certamente o neguinho da Vila Maria nos ajudaria em uns 20 capítulos. A arte ao lado é a capa que eu criei para um DVD que circulava por aí com o título de 100% mau, de uma época que o mestre Pequeno batia até na própria sombra. Hoje ele está mais light . Digamos que esteja só uns 85% mau...

Meu amigo Frank

Há pouco mais de um ano comecei a postar vídeos no Youtube, depois de ler uma reportagem a respeito do site na revista Veja. Meu primeiro vídeo foi uma pequena seqüência, na qual minha filha Fernanda pulava numa piscina em singelos 30 segundos. Então pensei por que não um vídeo de capoeira? Havia um videozinho curto, do Alemão e do Gué jogando, feito na câmera fotográfica, após uma aula e mandei ver. A brincadeira foi ficando divertida e resolvi ir um pouco mais longe. Depois de muitas trapalhadas, consegui extrair o conteúdo do DVD "Acrobacias de Capoeira 2" do Mestre Paulo, então postei um trecho com movimentos individuais, que virou um hit no Youtube com quase 500.000 acessos. O resto é história. A partir daí os vídeos foram ficando mais elaborados e o Youtube virou uma febre mundial. Uma conseqüêcia dessa febre, que eu não imaginava que aconteceria era interagir com pessoas de outros lugares do mundo. Pessoas interessadas em saber quem eram as pessoas nos vídeos, onde enc

A poesia das músicas de capoeira

Desde que me iniciei na capoeira venho convivendo com a musicalidade dessa arte. Como todo novato, estranhei as músicas, que nem sempre fazem algum sentido para os não-iniciados. Com o passar do tempo fui tomando consciência da importância da música na capoeira e mesmo o porquê do jeito peculiar dos cantadores entoarem suas quadras, chulas e ladainhas. Uma vez que o que mais importa não é a qualidade técnica do canto, mas a emoção e o axé que o cantador imprime àquela canção. Tanto assim que o termo correto é "cantador" e não "cantor", como alguns poderiam supor. Já ouvi centenas de músicas de capoeira nos últimos anos, seja em rodas, CDs e Mp3. Infelizmente nem sempre de boa qualidade, mas diante de uma bela composição, bem interpretada, não há como não se emocionar. Vida longa às cantigas de capoeira!